foto do site: jureia.com.br
Nome científico: Bothrops insularis
Nome popular: jararaca-ilhoa
Tamanho médio: 70 centímetros de comprimento
Local onde é encontrado: Ilha da Queimada Grande, São Paulo.
Hábitat: Mata Atlântica.
Motivo da Busca: animal ameaçado de extinção.
Uma pequena ilha, localizada a cerca 30 quilômetros do litoral sul do
estado de São Paulo, é o lar de diferentes espécies de animais, e,
abriga, em especial, serpentes. Isso mesmo! Muitas, muitas, mas muitas
cobras mesmo povoam a Ilha da Queimada Grande, lugar que não é mais
habitado pelo ser humano há, pelo menos, 83 anos. A jararaca-ilhoa é uma
espécie endêmica dessa ilha, ou seja, ela não existe em outro lugar do
planeta!
A jararaca-ilhoa foi descoberta pelo herpetólogo Afrânio do Amaral, em
1921. Desde então, diversos estudos revelaram características curiosas
que diferenciam a ilhoa de outras espécies de jararacas que vivem no
continente.
A jararaca-ilhoa, quando jovem, tem hábitos parecidos com os das
jararacas do continente: ambas se alimentam à noite e comem,
principalmente, pequenas pererecas, rãs, lagartos e centopéias. Porém,
quando se tornam adultas, surgem as diferenças. As jararacas do
continente continuam sendo noturnas, vivem quase exclusivamente no chão e
passam a se alimentar, principalmente, de pequenos roedores. Como não
há roedores em Queimada Grande, a jararaca-ilhoa adulta desenvolveu o
hábito de se alimentar das aves que visitam a ilha, como o coleirinha, o
sabiá-una e o tuque. Para capturar suas presas, a jararaca-ilhoa adulta
trocou a caça noturna pela diurna e freqüentemente é vista subindo em
árvores e arbustos.
O veneno da jararaca-ilhoa é cinco vezes mais poderoso que o da jararaca
comum. Ele age rapidamente, paralisando a presa, que ela devora na
hora. Mas não pense que todas as aves da ilha são presas fáceis para a
ilhoa. Algumas, como a corruíra, parecem reconhecer a serpente, de forma
que quase sempre conseguem evitar seus ataques e podem morar também na
ilha sem sustos.
Hoje, a Ilha da Queimada Grande possui uma das maiores populações de
serpentes por metro quadrado no mundo, mas, devido ao pequeno tamanho do
local, as cobras que lá vivem estão criticamente ameaçadas de extinção.
Mesmo não sendo habitada por pessoas, a Ilha ainda apresenta algumas
alterações no ambiente da região da época em que foi povoada por
humanos. A jararaca-ilhoa, assim como outras espécies de animais que
possam ser exclusivas da Ilha da Queimada Grande, desaparecerá da
natureza para sempre, se a região não for preservada.
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Henrique Caldeira Costa e Vinícius de Avelar São Pedro